por Reinaldo Castro
Penso que existe enorme relevância nesse tema, porque começamos a sentir novos ares sendo soprados no universo da educação teológica. É cada vez maior o número de membros de igrejas pentecostais que buscam o conhecimento teológico através de instituições acadêmicas de maior consistência, sendo a Faculdade de Teologia da UMESP um excelente exemplo. A FaTeo conta hoje com significativo número de alunos pentecostais na graduação e uma “esperançosa” atuação dos pentecostais na pós-graduação em Ciências da Religião.
Esse quadro tem que ser louvado, pois indica uma tendência extremamente positiva para as igrejas pentecostais, além de oferecer novas possibilidades para a Faculdade de Teologia ampliar seu campo de convivência e troca de experiências com o mundo pentecostal. Leonardo Boff, teólogo católico, já nos lembrou: “Precisamos entender os pentecostais, porque eles mais do que compreender Deus, buscam senti-lo...”. Esse relacionamento poderá, sem dúvida, gerar muitos frutos.
O grande retrocesso do mundo pentecostal com relação à educação não é pelo fato de não se estudar – já há muito tempo as igrejas pentecostais tem investido em seminários teológicos para seus membros – a questão é que a teologia que é ensinada nesses espaços é uma versão “pobre” do fundamentalismo teológico. Esse ensino além de não promover crescimento na vida do aluno, vende a ele uma falsa idéia de que ao estudar já teve contato com os grandes temas da discussão teológica, quando na verdade foi-lhe vendido um produto adulterado, que não funciona e ainda tem prazo de validade vencido.
A igreja pentecostal sofre hoje por não contar em seus quadros com pessoas de bases teológicas sérias. Talvez o maior reflexo disso seja o crescimento exagerado dos grupos neopentecostais, que a meu ver são frutos dessa escola que não busca o ensino teológico como instrumento libertador.
É notório o grau de imobilismo dos pentecostais frente às mudanças do mundo moderno. Destaco o esforço do pastor pentecostal Ricardo Gondim (mestre em Ciências da Religião pela UMESP) que em uma pregação conclui: “Descobri que durante minha vida toda fui muito fundamentalista”.
Que ótimo podermos já sentir essa brisa soprando em nossas vidas, então louvo a Deus por esse despertar. Tenho certeza ser esse o único caminho que nos levará a uma verdadeira transformação como povo que se enxerga e sabe sua missão nesse maravilhoso mundo: construir os valores do Reino de Deus. Que assim seja!
Reinaldo Castro é membro da Igreja Pentecostal o Brasil para Cristo
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Quero parabenizar o Reinaldo por sua reflexão. É bom vermos um pentecostal que busca abrir seu horizonte. Concordo que os pentecostais estão despertando para o aprendizado, pois, isso acrescentará e muito ao ministério. É necessário destacar que, o movimento pentecostal está em crise(assim como todas as denominações cristãs),porque não tem respondido os questionamentos da nova geração. O ponto forte desse movimento foi que ele cresceu nos morros, no meio do "povão", diferente da missão elitista das Igrejas históricas. Mas, com a melhoria do acesso à educação, principalmente a universitária, certas doutrinas não "colam" mais! Cabe lembrar que, todo pensamento "lacrado" tende a ser fundamentalista.Um bom Pastor/a é um bom teólogo/a, pois aqueles que pregam mentiras não são pastores e sim, lobos!
ResponderExcluirSoli Deo Gloria!